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O Oeste Ativo


A consagração da Região do Oeste no Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT) como novo pólo de desenvolvimento turístico traduz o reconhecimento inequívoco do potencial da região e da vontade política de valorizar efectivamente o conjunto de recursos existentes que a posicionam como uma das regiões do país mais atrativas a nível dos investimentos turísticos.

A Região Oeste é dotada de numerosos recursos no que respeita quer ao património natural quer ao património histórico-cultural. Não obstante, será, porventura, a sua diversidade o seu maior ativo, permitindo a estruturação de uma larga banda de produtos turísticos completos, atrativos e de elevada qualidade.



Entre a enorme panóplia de recursos da região, alguns merecem referência obrigatória pela sua singularidade e relevância estratégica, contribuindo para a projeção internacional da região: por um lado, a riqueza do património histórico edificado que permite colocar a região no arco do património histórico e religioso que envolve Lisboa; por outro, a Região Oeste assume-se como um dos mais promissores destinos de golfe, atraindo turistas com poder de compra acima da média, e arrastando um conjunto alargado de atividades económicas como a restauração, hotelaria, turismo ou imobiliário.


Contudo, os vetores de desenvolvimento desta região não assentam apenas na vertente do turismo mas congregam uma multiplicidade de vetores de desenvolvimento integrado da região em prol do seu desenvolvimento económico e do seu potencial humano.

De facto, o desempenho económico de uma região bem como o seu potencial desenvolvimento futuro está intimamente ligado à disponibilidade e qualidade do seu capital humano, exigência que posiciona a aposta no capital humano como prioritária na região.


Criatividade


A criatividade é, hoje, reconhecida como uma força motriz económica e social fundamental na geração de riqueza e emprego e no desenvolvimento sustentável, incorporando as mudanças tecnológicas e promovendo a inovação empresarial e o reforço da competitividade das cidades, regiões e países. O reforço da importância social e económica da criatividade resulta, acima de tudo, da mudança de paradigma da economia mundial, resultante do processo de globalização. São inúmeros e variadíssimos os processos socioeconómicos que se encontram em curso à escala mundial e que desafiam os territórios a repensar-se.

A dinâmica do movimento internacional de capitais, a galopante mobilidade dos talentos, a crescente necessidade de inovação e de serviços especializados e as dinâmicas redes que ligam cada lugar a uma mais ampla geografia de mercados globais confirmam esta premissa geral.

Neste contexto, começa a ganhar expressão um novo paradigma de desenvolvimento das regiões que liga a economia e a cultura, combinando aspetos económicos, culturais, sociais e tecnológicos do desenvolvimento.

As regiões com futuro são aquelas que souberem enfrentar este enorme desafio; as que conseguirem apurar as suas capacidades, oferecendo produtos distintivos e serviços criativos ao mercado mundial, reposicionando-se na cadeia de produção mundial, atraindo e retendo talento e capital para um desenvolvimento económico sustentável.


Indústrias Criativas


A emergência das Indústrias Criativas, que se alicerçam na propriedade intelectual e criatividade para gerar riqueza e emprego, é um dos mais representativos fenómenos da mudança da estrutura económica das regiões e dos países.

As indústrias criativas são, em resumo: baseadas em indivíduos com talento criativo, aliados a gestores de recursos económicos e tecnológicos, gerando produtos vendáveis cujo valor económico assenta nas suas propriedades "culturais" ou "intelectuais".

As indústrias criativas estão entre os setores mais dinâmicos do comércio mundial, apresentando uma estrutura de mercado flexível, que integra desde artistas independentes e microempresas até algumas das maiores multinacionais do mundo. No período 2000-2005, o comércio internacional de bens e serviços criativos cresceu a uma taxa sem precedentes: 8,7% ao ano.

De acordo com as Nações Unidas, o valor das exportações mundiais de bens e serviços criativos em 2005 atingiu o valor de 424,4 mil milhões de dólares, representando 3,4% do comércio mundial.

Na Europa, as indústrias criativas representam um volume de negócios de 654 mil milhões de euros, correspondem a 2,6 % do Produto Interno Bruto da União Europeia, e estão a crescer 12,3% acima da média da economia, empregando 5,8 milhões de pessoas. Segundo o mesmo estudo, em Portugal este sector contribuiu com 1,4 % do PIB em 2003 correspondendo a 6.358 milhões de euros. Em 2004, as indústrias criativas em Portugal empregavam 76 mil pessoas. Se a este sector associarmos o turismo cultural, o volume de emprego total atinge as 116 mil pessoas.



Considerando a importância dos fatores elencados, entre outros, foi elaborada a estratégia "OESTE 2020" (Programa Territorial de Desenvolvimento do Oeste), que comporta um rompimento progressivo com os factores e processos que, no passado, travaram e diminuíram os esforços e os resultados do desenvolvimento económico e social da região, produzido por novas formas de entendimento quer das articulações territoriais, quer dos fatores de competitividade das suas atividades económicas e quer das condições da sua atratividade para viver e visitar.



Visão


A visão subjacente a esta estratégia procura valorizar e aproveitar as procuras externas de espaços de valorização económica, nomeadamente a expansão residencial da Área Metropolitana nos territórios de fronteira com a Grande Lisboa, a implantação e relocalização de atividades empresariais ao longo dos grandes eixos de mobilidade, acompanhando a nova geografia dos fundos estruturais 2007-2013 e a relevante carteira de projetos de investimento turístico, para as converter em fatores endógenos de progresso económico e social.

Esta visão dá ênfase e prioridade à construção de fortes sinergias num número limitado de eixos transversais capazes de se constituírem num "círculo virtuoso" ligando internacionalização e inovação para lançar a região na valorização alargada dos seus recursos endógenos, na entrada nas novas dimensões urbanas da competitividade (conhecimento, cultura e criatividade) e na plena aceitação das responsabilidades ambientais da sustentabilidade.

Contempla ainda a Região Oeste como espaço de iniciativas polarizadas pela defesa de um desenvolvimento sustentável, capaz de articular diferenciação e valor numa base de natureza e património cuidada com equilíbrio territorial e qualidade ambiental exemplar.

Estabelece, finalmente, uma base objetiva para uma cooperação reforçada, seja no plano público-público, com o desenvolvimento de um novo modelo de governança da região suportado por um compromisso explícito de colaboração intermunicipal em projetos estruturantes para a Região Oeste e pela abertura de um processo conjunto de concertação e negociação permanente com as autoridades nacionais, centrais ou desconcentradas, seja no plano público-privado, com o desenvolvimento de uma nova atitude de captação, acolhimento e acompanhamento de iniciativas e investimentos privados e de promoção global da região numa lógica de marketing territorial.


(AIRO, 2010)
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